Gabriel Luna fala sobre transição sem Pedro Pascal em The Final of Us
O terceiro episódio da segunda temporada de The Last of Us marca uma virada emocional importante após a morte de Joel, e oferece ao público – e aos sobreviventes de Jackson – um momento de respiro e reflexão. Quem vive esse impacto diretamente na tela é Tommy, irmão de Joel, interpretado por Gabriel Luna.
“Tem muita coisa que precisa ser processada”, afirma Luna em entrevista à Variety. “A cidade ainda está lidando com a devastação do que aconteceu em Jackson, mas também com a perda de uma figura basic – não só para a comunidade, mas para a nossa família. O verdadeiro patriarca se foi.”
A abertura do mais recente episódio de The Final of Us se passa no necrotério de Jackson, onde Tommy encara o corpo de Joel. Ele não chora, mas a dor está ali, contida. Luna contou que a cena teve versões diferentes durante a gravação.
“Fiz algumas tomadas com um colapso whole, mas gosto muito da contenção que foi escolhida na edição. Há raiva, claro, mas também um certo alívio por Joel estar, talvez, junto de Sarah, minha sobrinha, filha dele. Por mais que isso possa valer alguma coisa.”
O ator explicou que o sentimento de perda foi actual também nos bastidores, com a saída de Pedro Pascal: “Apesar de termos feito as cenas em blocos, e sabermos que Pedro voltaria para outras partes, filmar no necrotério deu essa sensação clara de transição. Period como passar o bastão para a Bella [Ramsey], para a Kaitlyn [Dever], para mim… para quem vai continuar carregando essa história.”
Tommy também se vê com uma responsabilidade nova: cuidar de Ellie. Segundo Luna, isso não vem só do dever, mas de quem Tommy é. “Ele precisa deixar parte disso pra trás porque, no fundo, é uma pessoa que acredita na vida, em seguir em frente. Se ele se prende demais ao passado, quem sofre é a esposa, o filho… e agora, Ellie.”
Tommy e Ellie: relação importante em The Final of Us
A relação com Bella Ramsey, inclusive, é um ponto alto para o ator. “A Bella é minha heroína. É uma das pessoas mais emocionalmente maduras que conheço. A conexão entre a gente no set é actual. E isso é a base do vínculo entre Tommy e Ellie — amor, orgulho, cuidado. Mas também uma preocupação: essa força toda pode destruí-los se não houver alguém ali para equilibrar.”
Mesmo não concordando com a ideia de Ellie buscar vingança em The Final of Us, Tommy apoia a proposta dela na assembleia. “No fundo, ele também quer justiça. Se for uma decisão coletiva, ele se sente justificado. Ele vota sim, contra seu próprio julgamento, contra a vontade da esposa… mesmo que, curiosamente, a Maria vote sim também. Ele sabe do que é capaz.”
Um detalhe curioso sobre essa cena: o filho de Luna, que apareceria alimentando galinhas enquanto o pai hesita sobre o plano, ficou doente e teve que ser cortado. “Isso mudou um pouco o tom. Mas no fim, quando digo ‘claro’ pra Ellie, o subtexto é: ‘eu te amo e farei o que for preciso por você.’”
Mais adiante, a conversa com Gail no campo de beisebol traz reflexões importantes para Tommy. “Ali, ele tenta prever o que Ellie fará. Ela é uma força da natureza. E a questão passa a ser: será que posso impedi-la? Será que posso salvá-la de si mesma? E será que posso evitar de fazer a mesma coisa?”
A conversa, que para o personagem funciona como uma primeira sessão de terapia, é também um ponto de virada pessoal. “Gail tem sua própria história com Joel e minha família. É sobre Ellie, claro, mas também sobre Tommy. Será que vale seguir esse caminho? Será que há uma justificativa maior para essa busca por vingança?”